Investimentos de empresários portugueses noutros países ficou-se por 12 aquisições nos nove primeiros meses do ano.

Nos nove primeiros meses do ano, houve 29 aquisições estrangeiras de empresas portuguesas. A maioria foi formalizada por investidores espanhóis, mas quem liderou os interesses estrangeiros em Portugal no terceiro trimestre foi Angola, segundo um relatório da consultora TTR - Transactional Track Record.

Até Setembro, as empresas espanholas foram protagonistas de dez aquisições no mercado empresarial português, contra quatro de investidores franceses e três com origem em capitais britânicos. A estes somam-se mais oito aquisições de empresários de Angola, Estados Unidos, Luxemburgo e China (cada país com duas aquisições). As restantes quatro foram concretizadas por empresas da Irlanda, Suíça, Holanda e Hong Kong.

Dando conta de um avanço dos interesses angolanos no tecido empresarial português, o mesmo estudo concretiza o investimento realizado pelo empresário angolano António Mosquito na construtora do grupo Soares da Costa, que passou a controlar ao adquirir 67% do capital por 70 milhões de euros e refere ainda o interesse do empresário na entrada da estrutura accionista da Controlinveste, grupo que detém títulos como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, O Jogo e a TSF.

Já as aquisições portuguesas no estrangeiro não chegam a metade dos investimentos de outras nacionalidades no tecido empresarial português. Até Setembro, foram realizados 12 aquisições no exterior. Três foram em empresas de capitais espanhóis, o mesmo número de operações fechadas no Brasil e em Moçambique. As outras aconteceram com investimentos realizados na Colômbia, na Finlândia e na Turquia.

Olhando para as fusões e aquisições de maior dimensão, são contabilizadas cinco transacções no valor de 5000 milhões de euros, tendo em conta negócios já concretizados ou intenções de aquisição que se referem ao período Janeiro-Setembro. É o caso do negócio de seguros da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que está em processo de privatização e que tem como candidatos à apresentação de propostas vinculativas os norte-americanos da Apollo e os chineses da Fosun.

No lote de cinco transacções identificadas, o relatório considera ainda a fusão entre a Optimus e a Zon, a compra do banco espanhol de investimento Inversis pela holding do grupo português Orey, a compra por parte da Sonae de uma participação que a France Telecom detinha na Sonaecom (dona do PÚBLICO) e ainda a compra da finlandesa Forchem pelo grupo industrial português Repsol.


Público - http://www.publico.pt/economia/noticia/espanha-liderou-aquisicoes-estrangeiras-em-empresas-portuguesas-ate-setembro-1608712