TTR In The Press
ECO
January 2020
Fusões e aquisições totalizam 13,4 mil milhões em 2019. Imobiliário arrefeceu
Nunca houve tantos negócios fechados em Portugal, mas o dinheiro envolvido é menor que em 2017. A tecnologia e o setor financeiro e segurador ajudaram a compensar a quebra no imobiliário.
As fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) atingiram os 13,4 mil milhões de euros, em Portugal, no ano passado. O número de transações totalizou 427, sendo que o imobiliário manteve a liderança apesar de ter desacelerado face ao ano anterior, segundo o relatório TTR-Transactional Track Record.
Tanto o número de transações como o montante envolvido cresceram face ao ano anterior (15,09% e 17,85%, respetivamente). O número de negócios é mesmo o mais elevado de sempre, mas estas transações são mais pequenas em valor. O volume total em euros é mais baixo do que em 2017, o que poderá estar relacionado com o tipo de transações.
“O setor imobiliário apesar de apresentar ligeira retração, 5%, manteve a posição de mais ativo do ano, com 91 transações registadas”, refere o TTR, apontando para a aquisição dos edifícios onde operam os hotéis Tivoli Avenida Liberdade, Tivoli Oriente and Avani Avenida Liberdade (pela Invesco por 313 milhões de euros) como a maior transação do ano no segmento imobiliário.
A tecnologia posicionou-se em segundo lugar com 62 operações, mais 42% que no ano passado. O setor financeiro e segurador também se destacou com 46 negócios (o que representa um crescimento de 18%). Neste grupo inclui-se a conclusão da venda do negócio de seguros do ramo vida do Novo Banco (a seguradora GNB Vida) ao fundo Apax, num negócio que deu um encaixe de 168 milhões de euros ao banco liderado por António Ramalho. Este foi o maior negócio fechado no último trimestre do ano.
Imobiliário mantém liderança nos negócios
Fonte: TTR M&A Report
Mais venture capital, menos private equity. Espanhóis mantêm apetite
Quanto às nacionalidades do investidores, 184 transações foram realizadas por empresas estrangeiras, sendo que as espanholas são as mais ativas, com 49 aquisições em 2019 e especial preferência pelo imobiliário. A maior aquisição realizada por uma empresa espanhola no segmento imobiliário em Portugal foi protagonizada pela Merlin Properties que pagou 113,35 milhões de euros pelo edifícios Edifício 160 Arts e Edifício 048 Magellexpo
“Os investimentos realizados por fundos de venture capital aumentaram 81,8% para 80 operações, além de aumentarem em 50,7% no valor total investido, alcançando 363 milhões de euros. As empresas que atuam no segmento de tecnologia foram as que receberam mais investimentos com um total de 41 operações, o que representa um crescimento de 86%. A Portugal Ventures é a mais ativa com 26 investimentos”, refere o relatório.
Em sentido contrário, os fundos de private equity somaram 38 negócios em 2019, o que representa uma redução de 13,64%. O valor dos negócios — considerando que apenas 11 tiveram valores divulgados –, o TTR M&A Report aponta para um total de 3,9 mil milhões de euros.
O ECO recusou os subsídios do Estado. Contribua e apoie o jornalismo económico independente
O ECO decidiu rejeitar o apoio público do Estado aos media, porque discorda do modelo de subsidiação seguido, mesmo tendo em conta que servirá para pagar antecipadamente publicidade do Estado. Pelo modelo, e não pelo valor em causa, cerca de 19 mil euros. O ECO propôs outros caminhos, nunca aceitou o modelo proposto e rejeitou-o formalmente no dia seguinte à publicação do diploma que formalizou o apoio em Diário da República. Quando um Governo financia um jornal, é a independência jornalística que fica ameaçada.
Admitimos o apoio do Estado aos media em situações excecionais como a que vivemos, mas com modelos de incentivo que transfiram para o mercado, para os leitores e para os investidores comerciais ou de capital a decisão sobre que meios devem ser apoiados. A escolha seria deles, em função das suas preferências.
A nossa decisão é de princípio. Estamos apenas a ser coerentes com o nosso Manifesto Editorial, e com os nossos leitores. Somos jornalistas e continuaremos a fazer o nosso trabalho, de forma independente, a escrutinar o governo, este ou outro qualquer, e os poderes políticos e económicos. A questionar todos os dias, e nestes dias mais do que nunca, a ação governativa e a ação da oposição, as decisões de empresas e de sindicatos, o plano de recuperação da economia ou os atrasos nos pagamentos do lay-off ou das linhas de crédito, porque as perguntas nunca foram tão importantes como são agora. Porque vamos viver uma recessão sem precedentes, com consequências económicas e sociais profundas, porque os períodos de emergência são terreno fértil para abusos de quem tem o poder.
Queremos, por isso, depender apenas de si, caro leitor. E é por isso que o desafio a contribuir. Já sabe que o ECO não aceita subsídios públicos, mas não estamos imunes a uma situação de crise que se reflete na nossa receita. Por isso, o seu contributo é mais relevante neste momento.
De que forma pode contribuir para a sustentabilidade do ECO? Na homepage do ECO, em desktop, tem um botão de acesso à página de contribuições no canto superior direito. Se aceder ao site em mobile, abra a 'bolacha' e tem acesso imediato ao botão 'Contribua'. Ou no fim de cada notícia tem uma caixa com os passos a seguir. Contribuições de 5€, 10€, 20€ ou 50€ ou um valor à sua escolha a partir de 100 euros. É seguro, é simples e é rápido. A sua contribuição é bem-vinda.
António Costa
Publisher do ECO
Source: ECO - Portugal