AUMENTO NO VALOR DAS TRANSAÇÕES

As transações na América Latina caíram 18% em volume na comparação anual, mas cresceram mais de 5% em valor agregado entre janeiro e outubro, de acordo com o relatório mensal de M&A (fusões e aquisições) da região publicado pela TTR Data.

No total, a América Latina registrou 2.307 transações no período, incluindo negócios de capital de risco e private equity, fusões e aquisições e aquisições de ativos, com US$ 66,8 bilhões em valor agregado para os negócios com valores divulgados. Os negócios de capital de risco caíram 35%, somando 522 transações.

Dos seis principais mercados da região, o Brasil liderou tanto em volume de negócios (1.342 transações) quanto em valor agregado (US$ 41,3 bilhões). Seguiram-se o México (283 transações e US$ 13,7 bilhões), Chile (281 e US$ 8,3 bilhões), Colômbia (221 e US$ 2,9 bilhões), Argentina (178 e US$ 3,6) e Peru (139 e US$ 2,6 bilhões).

BID E DFC SE JUNTAM À KAMAY VENTURES

O BID Lab e a Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA (DFC) se juntaram à Kamay Ventures, um dos maiores fundos de capital de risco da América Latina, como investidores.

“Após a adição do Grupo Bimbo no ano passado, esta aliança fortalece de forma significativa a capacidade da Kamay Ventures de liderar a inovação em setores-chave, como agtech, soluções ambientais, logística, fintech, biotech e foodtech”, disse a Kamay em um comunicado.

Com sede em Buenos Aires, a tese de investimento da Kamay Ventures se concentra em startups em estágio inicial (Seed-Pre A) com soluções em um dos sete setores verticais: agtech, meio ambiente, Indústria 4.0, logística, fintech, automação de ponto de venda e foodtech.

Desde seu lançamento em 2019, a Kamay analisou mais de 1.500 projetos. Seu portfólio atual inclui 16 startups na América Latina, em mercados como Argentina, México, Brasil, Equador e Colômbia. Entre elas estão Wiagro, Auravant, INI, Zippin, Kilimo, Webee, Ruedata, BACU, Aerialoop, Altscore, NUDE, Sensei e Sensify.

TRACTIAN LEVANTA MAIS FUNDOS

A Tractian, empresa brasileira de monitoramento de ativos industriais de IoT, levantou R$ 700 milhões (US$ 120 milhões) em uma rodada de financiamento liderada pela Sapphire Ventures, braço da SAP, com a participação de investidores existentes, como General Catalyst e Upload Ventures. 

Fundada em 2019, a Tractian é especializada em software e hardware para monitoramento de equipamentos industriais. A última rodada de investimentos elevou a avaliação da empresa para US$ 700 milhões. A empresa está expandindo para os Estados Unidos e já opera no México, além do Brasil.

Em agosto de 2023, a Tractian levantou US$ 45 milhões liderados pela General Catalyst, com participação do atual investidor Next47 e investidores-anjo estratégicos, incluindo Rónán de Hooge, vice-presidente da plataforma de nuvem da AVEVA, Ron Gill, ex-CFO da SAP e Netsuite, e Andy McCall, ex-CRO da Samsara.

BLIP GARANTE US$ 60 MILHÕES DO SOFTBANK E MICROSOFT

A Blip, startup de inteligência artificial (IA) conversacional levantou US$ 60 milhões em uma rodada Série C liderada pelo SoftBank, com participação da Microsoft, marcando o primeiro investimento direto da gigante americana na América Latina.

Os fundos levantados serão usados para acelerar sua expansão internacional e para o desenvolvimento de novos produtos, especialmente aqueles que utilizam IA, segundo a Blip.

A startup possui escritórios no Brasil, México e Espanha e atua em mais de 30 países. Além de fortalecer a presença nessas regiões, a empresa pretende explorar novos mercados, como os Estados Unidos.

BANCO COLOMBIANO RECEBE APOIO DA ACCION

A Accion, organização sem fins lucrativos com sede em Washington, investiu US$ 15 milhões por meio do Fundo Accion de Transformação Digital no banco de  microfinanças rural colombiano Banco Contactar.

Os recursos serão utilizados para potencializar as tecnologias digitais da Contactar “para melhor atender os clientes rurais desatendidos em todo o país”, afirmou a Accion. 

Lançado em março deste ano, o Contactar está presente em 18 departamentos da Colômbia, oferecendo crédito para microempreendedores e pequenas e médias empresas (PMEs), além de soluções de poupança e investimento.

O fundo Digital da Accion conta com US$ 153 milhões em recursos e tem como alvo bancos e empresas financeiras que conectam pessoas e pequenas empresas à economia digital.

BEMOBI ANUNCIA FUSÃO E AQUISIÇÃO

A Bemobi, fintech brasileira e empresa especializada em soluções de pagamento  adquiriu uma participação na Friday, uma instituição de pagamento, que é licenciada pelo Banco Central para operar como iniciadora de transações de pagamento.

A transação é uma aposta na oferta de pagamentos recorrentes com o PIX. O valor da aquisição não foi divulgado.

A Bemobi, que lançou sua oferta inicial de ações (IPO) durante o boom de 2021, relatou R$ 154 milhões (US$ 26,5 milhões) em receita líquida no terceiro trimestre de 2024, alta de 14,7% em uma base anual, R$ 442 milhões entre janeiro e setembro (+9,6%) e R$ 571 de reais em caixa. Ao anunciar os resultados, a empresa também disse que estava se preparando para retomar as aquisições.

IDC VENTURES EXPANDE OPERAÇÕES NO BRASIL

A IDC Ventures, braço de capital de risco da empresa dinamarquesa IDC Network, está expandindo suas operações no Brasil, abrindo um novo escritório, alocando mais recursos e nomeando Felipe Cruz como novo gerente-geral para o país.

A empresa planeja investir US$ 30 milhões em startups no Brasil por meio de seu Flagship Fund II, de acordo com os relatórios de mercado. A meta é que o fundo alcance US$ 200 milhões em capital.

Em 2021, a IDC investiu na empresa brasileira RecargaPay, uma plataforma que simplifica pagamentos digitais, e na SuperSim, especializada em microfinanças para pessoas sem conta bancária.

ACROSS CAPITAL APOSTA NA AMÉRICA LATINA

A gestora de investimentos focada na América Latina, Across Capital, com sede em Miami, fechou seu primeiro fundo no valor de US$ 120 milhões para investimentos em empresas em estágio de crescimento.

O fundo já fez quatro investimentos em startups: QI Tech, Slope, Zig e Akad. O foco da ACP são empresas de software em estágio de inflexão; os investimentos típicos variam de US$ 5 milhões a US$ 25 milhões, com ênfase em "negócios lucrativos ou eficientes em capital com produtos essenciais", de acordo com a empresa.

Fundada em 2022, a ACP é liderada pelos cofundadores Mike Silva, Rafael Costa e Alexandre Noschese. Silva e Costa trabalharam por mais de sete anos na Vulcan Capital, o braço de investimentos globais do cofundador da Microsoft, Paul G. Allen, onde lideraram investimentos de crescimento global. A experiência deles também inclui cargos em empresas como Summit Partners e FTV Capital.

Source: Business News Americas / BN Americas - Chile