O interesse de empresas e fundos de investimento por negócios no Brasil não acabou, mas o apetite financeiro diminuiu bastante. Em2013, as operações de fusão e aquisição, private equity e venture capital, abertura de capital e lançamento de novos lotes de ações (follow-on) cresceram 2,5% em quantidade em relação ao ano anterior, em linha com a alta do PIB, de 2,3%. O valor total dessas transações, porém, recuou 36%. Foramregistrados 821 negócios, totalizando R$ 120,9 bilhões, segundo levantamento exclusivo realizado pela consultoria espanhola TTR.

As operações de fusão e aquisição foram as mais afetadas negativamente e as únicas a ter uma diminuição tanto no número de negócios quanto de volume. Em 2013, foram registradas 563 operações, num total de R$ 78,9 bilhões: uma queda, respectivamente, de 5,5% e 48,4%. O destaque positivo ficou por conta das aberturas de capital. No ano passado, o número de IPOs subiu de três para dez. Já o valor total movimentado saltou de R$ 3,9 bilhões a R$ 17 bilhões, bastante influenciado pela chegada da BB Seguridade à bolsa, que levantou R$ 11,5 bilhões - a maior operação do gênero no mundo em 2013.

O arrefecimento da economia brasileira foi um dos responsáveis pelo valor total menor das  operações em 2013, apesar da alta no número de negócios fechados. "Para determinar o preço de

uma empresa, não se olha apenas seu valor atual, mas também a perspectiva de geração de receita futura", afirma Wagner Rodrigues, executivo da TTR responsável pelo mercado brasileiro. "Se as perspectivas são mais pessimistas, os preços caem."

Época de Negócios (PDF) - www.ttrecord.com/xms/files/Press/2014/2014-Maio_-_Epoca_Negocios_-_Mais_OPEs_menos_dinheiro.pdf