TTR In The Press

O Jornal Económico

April 2017, Filipe Alves

Escritórios ganham com mais M&A

Morais Leitão, Garrigues, Campos Ferreira Sá Carneiro e PLMJ destacaram-se na assessoria a M&A no primeiro trimestre. Em apenas três meses, valor dos negócios superou o de todo o ano de 2016.

O ano começou bem no mercado português de fusões e aquisições (M&A). Em apenas três meses, até ao fim de março, tiveram lugar em Portugal 38 operações no valor de 8,3 mil milhões de euros, superando o montante movimentado durante todo o ano de 2016, segundo os dados compilados pelo Transactional Track Record (TTR).

Sete destas operações foram consideradas de grande porte – com valores iguais ou superiores a 250 milhões de euros-, com destaque para o setor do imobiliário, que, com 16 negócios, teve um crescimento de 45% face ao período homólogo. Seguiram-se os setores da tecnologia (dez operações), o financeiro e seguros (nove) e o setor da distribuição e retalho (oito). Na assessoria a estas operações de M&A destacaram-se alguns dos principais escritórios de advogados e bancos de investimento nacionais, como assessores jurídicos e financeiros, respetivamente.

No domínio da assessoria jurídica, a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva (MLGTS) lidera o ranking do primeiro trimestre por valor de operações assessoradas, com um total de 1,3 mil milhões de euros. A firma liderada por Nuno Galvão Teles assessorou a EDP na venda da Portgas, um negócio na ordem dos 500 milhões de euros, com uma equipa formada por Catarina Brito Ferreira e Hélder M. Mourato. A Morais Leitão apoia também a EDP na oferta que esta energética lançou sobre a EDP Renováveis, um negócio de 1,3 mil milhões de euros. A equipa que assessora este negócio é formada por Nuno Galvão Teles, Carlos Osório de Castro, Tomás Vaz Pinto, Ricardo Andrade Amaro e Diana Ribeiro.

Em segundo lugar, ex-aequo, no ranking por valor de operações assessoradas, surgem a Garrigues e a Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados, cada uma com uma operação no valor de 135 milhões  de euros.
O escritório ibérico, que em Portugal é liderado por João Miranda de Sousa, assessorou a Amkor na compra da tecnológica Nanium (antiga Quimonda), com uma equipa dirigida pelo sócio Diogo Leónicas Rocha. A Garrigues apoiou ainda a Oxy Capital na compra da empresa do setor automóvel Sunviauto, com uma equipa liderada pelo sócio Mário Lino Dias, bem como a Roxall na compra da farmacêutica Bial Aristegui, com uma equipa que contou com as participações da sócia Susana Pimenta de Sousa e do associado senior Pedro Lemos Carvalho.

“A estabilidade política e a evolução positiva das contas públicas têm melhorado a percepção que os investidores têm do mercado português. Apesar de não se assistir a grandes movimentos de consolidação, existe uma tendência de aumento das pequenas e médias transações de M&A, com especial destaque para investidores de capital de risco e com forte domínio na área do imobiliário. Julgamos que esta tendência vai intensificar-se ao longo do ano”, disse ao Jornal Económico Diogo Leónidas Rocha.

Por sua vez, Bernardo Abreu Mota, sócio da Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados, considera “muito positivo” que o escritório nascido em 2009 já esteja a ocupar lugares cimeiros nos rankings de assessoria a M&A. “Somos um escritório relativamente recente, com 11 sócios e 40 advogados e temos participado nas principais operações”, disse Bernardo Abreu Mota, acrescentando que no primeiro trimestre de 2017 se manteve o bom desempenho registado no ano passado.
“Para o resto do ano não estou especialmente otimista. Não será de esperar grandes operações em áreas como a banca, os seguros ou a infraestruturas”, defendeu. Mas realçou: “No entanto, há áreas onde será de esperar oportunidades, como será o caso das operações para resolver o malparado dos grandes bancos portugueses, que agora estão capitalizados e em condições para resolverem esse problema”.

Em terceiro lugar neste ranking encontra-se a PLMJ, com operações assessoradas no valor de 8,3 milhões de euros. No entanto, o escritório liderado por Luís Pais Antunes tem estado a assessorar outras operações que não foram incluídas no relatório trimestral do TTR, por terem sido iniciadas ainda em 2016: o consórcio privado que venceu a privatização da TAP, a Santoro na OPA do BPI pelo CaixaBank (644 milhões de euros) e a Novabase na venda da IMS à Vinci (44 milhões de euros).
“As perspetivas em termos de M&A para o ano de 2017 são francamente positivas”, disse ao Jornal Económico o sócio que lidera a equipa de M&A da PLMJ, Diogo Perestrelo. “Temos assistido a um aumento do interesse em Portugal por investidores estrangeiros, mas com um perfil diferente dos que vieram nos “anos da troika” , com uma visão mais de longo médio e prazo e fundos estrangeiros de grande dimensão e reputação e portanto penso que mais interessantes para o País”, salientou o advogado.

Natixis e BBVA lideram assessoria financeira
No que diz respeito à assessoria financeira, o banco estrangeiro Natixis lidera o ‘ranking’ por valor de operações assessoradas, com um negócio no valor de 2,5 mil milhões de euros. Seguem-se o BBVA (500 milhões) e o BCP e o BPI, com 242 milhões de euros cada. Os bancos estrangeiros desempenharam um importante papel nas operações transfronteirças. Segundo o TTR, entre os investidores estrangeiros o destaque foi para os espanhóis, responsáveis pela aquisição de 13 empresas portuguesas, seguidos dos EUA (com cinco companhias adquiridas) e da Alemanha (quatro transações), enquanto por setores se destacaram o imobiliário e o químico/materiais químicos. Já no âmbito ‘outbound’ registaram-se no período três aquisições de empresas internacionais protagonizadas por portugueses.


Source: O Jornal Económico - Portugal 


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