TTR In The Press
The One Brief
January 2019, John Bruno
Principais Oportunidades de Negócios para 2019: Gerenciando a Volatilidade e Possibilitando o Crescimento
VISÃO GERAL
Após todas as notícias sobre furacões, incêndios florestais, Brexit, aposentadoria e redesenho de acordos comerciais globais no ano passado, as empresas estão administrando a volatilidade para melhor aproveitar as oportunidades de negócios neste ano.
Só no ano passado, foram contabilizadas mais de 490 transações de M&A (Fusões e Aquisições) no Brasil, resultando em uma movimentação de mais de R$ 192 bilhões, de acordo com o Relatório Trimestral da Transactional Track Record (TTR). Embora o volume financeiro tenha sido 1,76% menor que em 2017, a expectativa para os próximos anos é de crescimento.
ANÁLISE
Ainda que a volatilidade deva persistir pelos próximos anos, as organizações podem tomar medidas para gerenciá-la. Confira as considerações de 5 líderes da Aon sobre os temas mais importantes para o próximo ano e como abordá-los.
Usando dados para maximizar o desempenho e gerir a incerteza
As indústrias vêm enfrentando um período de transformação. As preferências do consumidor estão impulsionando mudanças significativas nos modelos de negócios tradicionais. Ao mesmo tempo em que algumas indústrias são interrompidas, novos modelos de negócios surgem, aparentemente da noite para o dia.
E enquanto houver risco, há também uma tremenda oportunidade de negócio. Em menos de duas décadas, o S&P 500 viu as empresas de tecnologia entrarem para as 10 maiores empresas enquanto ativos intangíveis, como propriedade intelectual, dados, marca e patentes, substituem os tangíveis. Mas, à medida que esses ativos crescem em valor, há uma defasagem no modo como as organizações os protegem, com um orçamento quatro vezes maior para a proteção dos ativos físicos em comparação com os intangíveis.
Usando vários modelos e análises preditivas, estamos trabalhando de uma forma mais ampla com líderes de negócios para desenvolver soluções que possam proteger melhor os balanços financeiros e, ao mesmo tempo, detectar novas oportunidades de negócios.
Entender os padrões históricos e ter uma visão do que é possível – ou até provável – ajuda a tornar os dados reais. Conforme a transformação digital continua e começamos a perceber o futuro da indústria em setores tradicionais, como manufatura e construção, mais dados gerarão importantes insights, que podem levar as empresas à tomada de decisões em tempo real. Seja para mitigar, gerenciar um risco, ou até mesmo aproveitar oportunidades, essas percepções podem levar à vantagem competitiva.
– Lori Goltermann, CEO da Aon Soluções para Riscos Comerciais e Saúde dos Estados Unidos
Priorizando a mitigação do risco e melhorando a eficiência do capital
Desde a crise financeira global, há uma década, muitas organizações adotaram medidas para reduzir o risco de prejuízos financeiros, aumentando sua resiliência e sustentabilidade. No entanto, nos dias de hoje, podemos estar em um momento crítico e perigoso de possivelmente esquecer as lições aprendidas imediatamente após a crise – incluindo os benefícios da transferência de risco.
Por exemplo, o primeiro semestre de 2018 registrou mais de 150 desastres naturais em todo o mundo, com os mais recentes custos estimados em US$ 45 bilhões. As perdas seguradas associadas a esses eventos, no entanto, foram inicialmente estimadas em US$ 21 bilhões – uma redução de 40% em relação à média de 10 anos. Um exemplo dessa lacuna de proteção do seguro – ou “eficiência do capital” – fica evidente quando analisamos as perdas relacionadas aos Furacões Harvey, Irma e Maria; menos de 50% do prejuízo econômico se traduziu para o setor de seguros ou resseguros.
Seja relacionado aos desastres ou buscando prevenir grandes crises econômicas, ainda há uma tremenda oportunidade de negócios para o setor de resseguros continuar ajudando as empresas, governos e países a reduzir os riscos e proteger melhor seus capitais. Esses tipos de esforços auxiliam a construir resiliência para impactos de grande escala e apoiam o progresso econômico.
– Andy Marcell, CEO da Aon Soluções em Resseguros
Abordando o bem-estar financeiro entre empregados e empregadores
Durante a última década, vimos as empresas transferirem a responsabilidade das decisões de aposentadoria e assistência médica para os funcionários. Mas quando se trata do bem-estar financeiro geral, o inverso está acontecendo. Hoje, 14% dos empregadores têm uma estratégia de bem-estar financeiro para seus funcionários – essa taxa deve crescer para 62% em apenas três anos. A capacidade de um funcionário gerenciar com confiança suas finanças atuais enquanto se prepara para o futuro está gerando mais estresse no local de trabalho.
Com aproximadamente três em cada quatro trabalhadores americanos vivendo para pagar as contas, o estresse financeiro pode agravar problemas de saúde como ansiedade e depressão. Os empregadores enxergam vantagem em agir antes dos problemas de produtividade a curto prazo e dos problemas com aposentadoria a longo prazo aparecerem. Investir em programas educacionais ou ferramentas de poupança pode aliviar o estresse dos funcionários e ajudá-los a se sentir mais confiantes com sua vida financeira no presente e no futuro.
As grandes oscilações na volatilidade do mercado também tornam mais desafiador o gerenciamento de investimentos. Em todo o mundo estamos vivendo mais, e os planos de aposentadoria e pensão estão enfrentando um déficit de aproximadamente US$ 1 trilhão. Nossa pesquisa recente mostra que apenas um em cada três trabalhadores dos Estados Unidos está pronto para se aposentar aos 67 anos – atrasar a aposentadoria ou reduzir a renda da aposentadoria está se tornando uma realidade.
Já no Brasil, a situação não é muito diferente. Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 8 em cada 10 brasileiros não se preparam para a aposentadoria. Entre os principais motivos estão: não sobrar dinheiro para poupar (47%), estar desempregado (22%), enfrentar problemas financeiros (19%) ou ter outras prioridades (15%).
De fato, priorizar o bem-estar financeiro geral é crucial para aumentar a educação geral da população e melhorar o planejamento financeiro para o futuro. Independentemente das especificidades do programa, as organizações com programas de bem-estar financeiro aproveitam uma grande oportunidade de negócio, que como consequência faz com que mais funcionários contribuam para o seu plano de aposentadoria, se sintam satisfeitos com esse plano e economizem para despesas de saúde.
– Cary Grace, CEO da Aon Soluções em Previdência e Investimentos
Abordando a saúde de forma holística em meio à mudança constante
Os custos com saúde continuam a aumentar a taxas que superam a inflação, resultando em desafios para governos, empresas e indivíduos em todo o mundo. Como esses custos estão crescendo mais rápido do que o valor dos salários, as organizações estão descobrindo que seus custos com assistência médica estão consumindo uma parcela desproporcional do total do orçamento de benefícios. Ao mesmo tempo, a população mundial está se tornando cada vez menos saudável, com doenças crônicas como diabetes e doenças cardíacas em ascensão em todo o mundo. Da perda de produtividade ao aumento dos prêmios – os problemas de saúde afetam os balanços financeiros das empresas.
De regulamentações variadas a diferentes sistemas de entrega, o cenário global de assistência médica é complexo. Veja os Estados Unidos, por exemplo, onde toda a indústria de assistência médica está mudando a um ritmo sem precedentes. Prestadores de serviços de saúde – de sistemas hospitalares a médicos, farmacêuticos e até mesmo a novos players do setor, como empresas de tecnologia – estão tentando impulsionar a inovação com o objetivo de melhorar o estado geral da assistência médica, dos custos às implicações sociais de longo prazo.
Em meio a esse cenário, a tecnologia da saúde pessoal, como dispositivos e aplicativos portáteis que detectam os níveis de açúcar no sangue ou os batimentos cardíacostorna-se uma boa oportunidade de negócio, que incentiva as pessoas a entender melhor sobre como gerenciar sua própria saúde. Cada vez mais as organizações estão percebendo que a saúde não é apenas física. Uma combinação de fatores – incluindo emocional, social e financeiro – pode afetar o bem-estar de um indivíduo. Para melhor gerenciar os impactos a longo prazo da saúde precária, incluindo desde a contenção de custos a curto prazo até as mudanças comportamentais a longo prazo, as empresas estão analisando programas de bem-estar que visam educar, motivar e apoiar vários elementos da saúde de um indivíduo.
– John Zern, CEO da Aon Soluções em Saúde
Ganhando vantagem competitiva ao adotar análises corporativas
Bilhões de dispositivos já estão conectados à Internet, e esse número aumentará a uma velocidade alucinante. À medida que a Internet das Coisas continua a crescer, e mais dados são gerados desde sensores até dispositivos inteligentes pessoais, conectar os sistemas certos e usar a mesma linguagem em uma empresa, com o objetivo de extrair melhor os insights que surgem a partir desses dados, continuará a ser uma prioridade.
A modelagem preditiva já nos mostrou como os dados podem ajudar a direcionar decisões mais inteligentes. Juntamente com a inteligência artificial, as possibilidades de avançar para tomadas de decisão cada vez mais em tempo real estão próximas. Para as empresas que fizerem isso bem, os dados e os insights irão gerar vantagem competitiva. Para realmente ganhar essa vantagem, porém, as organizações devem ver essa oportunidade de negócios como um todo.
Ter um controle de toda a empresa sobre os dados que vários grupos funcionais têm e como esses dados podem responder a perguntas mais abrangentes pode ajudar a criar soluções escalonáveis e reutilizáveis. Usar um conjunto único de ferramentas analíticas e linguagem em toda a empresa será fundamental para extrair as percepções certas no momento certo para permitir o crescimento estratégico. As organizações, inclusive a nossa, continuam investindo em plataformas que permitem a tomada de decisões em tempo real. Ter insights exclusivos – incluindo a melhor forma de implantar capital financeiro e humano – permite que os líderes antecipem e capitalizem as oportunidades do mercado. Usar dados com sabedoria pode gerar vantagens competitivas e provavelmente fará com que clientes, investidores e até mesmo agências de avaliação recompensem esses esforços ao longo do tempo.
– John Bruno, CEO da Aon Serviços de Data & Analytic
Source: The One Brief - United States