TTR In The Press
Folha de São Paulo
February 2022
Empresas de saúde redesenham o mercado na pandemia com negócios bilionários
Quantidade de balões de oxigênio disponíveis, vagas em UTI, números de leitos... Os hospitais brasileiros passam por um verdadeiro raio-X público desde o início da pandemia de coronavírus.
Quando o noticiário expôs esses números para que a população entenda os possíveis impactos das ondas de Covid-19 e o Poder Público tome as medidas cabíveis, acabou permitindo também que concorrentes e possíveis compradores mapeassem o setor da saúde, em busca de oportunidades.
E não foram poucos, nem pequenos, os negócios originados na área nos últimos dois anos. O movimento de fusões e aquisições tem aumentado a consolidação do setor, ou seja: grandes players comprando os menores ou se fundido com outros tubarões, aumentando a concentração do mercado.
Atendimento dos paciente de covid na UTI do Anexo Hospital Municipal de Uberlândia (MG) - Mariana Goulart - 18.mar.2021/Folhapress
Nesta quarta-feira (24), a Rede D’Or anunciou a compra da gigante dos planos de saúde SulAmérica, em uma "negociação relâmpago". O valor total do negócio ainda não foi divulgado, mas é um forte candidato a maior do ano (e ainda nem chegou o Carnaval).
Em valor de mercado, as companhias somam quase R$ 120 bilhões. São R$ 102,2 bilhões da Rede D’Or e R$ 15,2 bilhões da Sul América, levando em conta a cotação de suas ações nesta quinta-feira (24).
Aliás, a maior transação de fusões e aquisições (chamadas pela sigla M&A) do ano passado foi justamente de empresas da Saúde: quando a Notre Dame Intermédica se fundiu à Hapvida, ambas operadoras de planos de saúde. À época do anúncio, as empresas somavam também cerca de R$ 120 bilhões em valor de mercado.
Engana-se quem acredita que isso se resume aos negócios bilionários do andar de cima. Em 2021, o Brasil teve mais de 240 transações envolvendo empresas da área da saúde, de higiene e cosméticos, de acordo com a TTR, publicação internacional especializada em M&As.
Agora, em janeiro, a TTR elegeu como "negócio do mês" justamente a aquisição do Centro Clínico Gaúcho pela Intermédica, avaliado em R$ 1,06 bilhão.
E os negócios do "andar de baixo" estão apenas começando. Os grandes estruturadores de M&A têm dito que hospitais com mais de 120 leitos já foram comprados e, agora, é a vez dos menores se sentarem à mesa de negociação.
Com a consolidação em curso na indústria de saúde, as operadores independentes encolheram de mais de 5 milhões de beneficiários em 2015 para menos de 4,1 milhões em 2021, de acordo com analistas do BTG Pactual.
Entender o movimento de consolidação é o que traz as boas oportunidades para investidores. Nesta quinta, por exemplo, um dia após o anúncio da fusão com a rede D’Or, os papéis da SulAmérica voaram 15%. Os da Qualicorp, focada em planos para empresas, despencaram também cerca de 15%.
Source: Folha de São Paulo - Brazil