TTR In The Press
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April 2022
Renováveis dão energia ao M&A em Portugal em 2022
Os primeiros três meses do ano não foram quentes para as fusões e aquisições em Portugal. Os negócios nos quais as empresas portuguesas estiveram envolvidas caíram 21% entre janeiro e março de 2022, para 98 (concluídos e anunciados), e o dinheiro movimentado nessas operações tombou 75% face ao ano passado, para 977 milhões de euros, de com os dados da Transactional Track Record (TTR) enviados em primeira mão ao Jornal Económico (JE). Ainda assim, “a roda não pára” no mercado de M&A (Mergers & Acquisitions). Palavra de quem está no terreno.
Os sócios coordenadores de Corporate M&A da PLMJ não antecipam um arrefecimento das transações no conjunto 2022, apesar de o acesso a capital tornar-se mais difícil e caro com o contexto de inflação e um eventual aumento das taxas de juro no terceiro trimestre por parte do Banco Central Europeu (BCE), conforme defendem alguns membros da instituição liderada por Christine Lagarde. “É uma oportunidade para desenvolvimento de outras formas de capitalização, alinhadas com o imperativo da sustentabilidade. Estamos a pensar em instrumentos de capitalização como as green e as blue bonds [obrigações verdes e azuis, amigas do ambiente e da economia do mar]”, exemplificam Diogo Perestrelo e Duarte Schmidt Lino ao JE.
Segundo o relatório consultado pelo JE, o negócio do trimestre (“deal of the quarter”) foi a venda pela Atlantia, de uma participação de 17,21% na Lusoponte (que detém as concessões das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, em Lisboa), à Vinci Highways e Lineas – Concessões de Transportes, subsidiária da Mota-Engil, por 55,70 milhões de euros.
“Se temos aprendido algo com as crises que abalaram o mundo nos últimos 15 anos e não foram poucas, é que a roda não pára, nem os desafios estruturais das economias ocidentais desaparecem: o sector da saúde, cadeias de distribuição mundial eficientes, aceleração tecnológica e digital, tudo isto é um movimento que já não volta para trás e que continuará a gerar investimento, consolidações e reestruturações”, argumentam. A dupla de advogados prevê ainda mais trabalho na reconfiguração do energético nacional, caracterizada por mais reduções na dependência de combustíveis fósseis e investimento nas fontes de energia renovável. “Estamos a antecipar o apoio jurídico a projetos de investimento que se enquadram neste redesenho, onde, de resto, já tínhamos começado a trabalhar bem antes deste conflito, nomeadamente na reconversão de projetos que se constituíram no paradigma do oil and gas e que hoje estão a ser reconvertidos em projetos que são estruturantes da nova economia sustentável”, estimam.
Source: MSN.com - Portugal
